Revisor de texto: um profissional solitário?

Será que é isso mesmo?

,23 de setembro de 2019

Uma pessoa de olheiras profundas, óculos de aros grossos, sentada atrás de um computador ou de uma pilha de papéis.

Ainda é assim que muitos imaginam um revisor de texto exercendo sua profissão. Rondam as cabeças ideias de que nós revisores trabalhamos isolados do mundo; em nossa bolha de gramáticas e ortografias.

Mas será que é isso mesmo?

O local de trabalho do revisor mudou

Acredito que de fato existam poucas equipes de revisão remanescentes em alguma editora perdida por aí. A grande massa trabalha de forma independente. Porém,  parece-me, os revisores estão encontrando outros meios para trocar ideias e experiências, dúvidas e dicas sobre seus ofícios.

Existem grupos na internet que são dedicados tão somente à interação entre colegas, como o Revisão e Copidesque. O grupo foi fundando em março de 2010 pelo Davi Miranda e é formado por mais de 150 profissionais, em uma rede colaboração mútua na qual é possível tirar dúvidas com os colegas de profissão, dar dicas de leituras e livros, entre outros assuntos.

Outro movimento que vemos se formando é a integração da redação com a revisão. A cooperação entre ambos os lados, na qual revisores e redatores formam uma equipe e trabalham juntos, é benéfica e combate o isolamento que sentem esses profissionais.

A opção do coworking

Para quem atua como freela e não gosta de trabalhar no ambiente doméstico, ainda há a opção de alugar um espaço compartilhado com outras pessoas. Os ambientes colaborativos possibilitam a integração de vários tipos de profissionais e são chamados de coworking. Existem escritórios com vários tipos de perfis por todo o Brasil.

Sendo assim, não é preciso pensar, ao se tornar revisor, que o trabalho será sempre solitário. A leitura é exige um pouco de introspecção; porém, você pode recorrer a alguma dessas formas de integração com outras pessoas dispostas a colaborar com suas dúvidas ou ideias.


Escrito porCarol Machado,
em23 de setembro de 2019.
Mestra em Ciências da Linguagem na Universidade Nova de Lisboa. Graduada em Letras pela PUCRS. Revisora desde 2008. É autora do Manual de Sobrevivência do Revisor Iniciante e coautora do Revisão de Textos Acadêmicos - boas práticas para revisoras, estudantes e a academia.
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