Afinal de contas, o que é lauda?

Neste post, falamos sobre o que é lauda, bem como os tamanhos mais usados pelo mercado de revisão brasileiro e como calcular o número de laudas de um texto.

,23 de setembro de 2019

O que é lauda?

O modo mais comum de nós, revisores, colocarmos o preço em nosso trabalho é fazê-lo por meio do número de laudas que existe no documento a ser revisado. E muita gente tem dúvidas sobre o que seria essa tal. Por isso compilamos aqui neste post tudo o que você precisa saber sobre laudas e por que elas são importantes. : )

Uma lauda é, atualmente para nós revisores, um conjunto de caracteres (incluindo espaços e sinais de pontuação) com determinado número de toques. Os números de toques mais comuns nós veremos a seguir.

Para o Aulete, a definição de lauda é a seguinte:

sf.
1. Página de livro impressa ou em branco.
2. Cada lado de uma folha de papel.
3. Edit. Cada folha de um original escrita de um lado só.
4. Edit. Página (de papel ou eletrônica) us. como padrão para os originais a serem entregues a uma editora ou jornal, dividida em número convencionado de toques e de linhas.
[F.: De or. incerta, posv. do lat. laudare.]

Já o Sintra (Sindicato dos Tradutores) diz (com modificações):

(…) a lauda nasceu no jornal: uma lauda corresponde exatamente a uma coluna impressa no jornal. Era utilíssima quando o linotipista compunha as pranchas para imprimir o jornal.
Mais tarde, as editoras de livros começaram a utilizar a “lauda” na redação e composição de textos porque a lauda equivalia exatamente a uma página de texto impresso nos livros.
Enfim, a lauda de jornal e editora (papel “tamanho ofício”) tem tradicionalmente, de 30 a 32 linhas com até 72 caracteres (um “caractere” é qualquer letra, símbolo ou espaço digitado).

Por que, então, cobrar por lauda?

A lauda é considerada, pela maioria, a forma mais justa para clientes e revisores, pois, assim, nenhuma das partes sai perdendo.

No caso da cobrança por páginas, o cliente poderia sair perdendo quando há partes no texto “não revisáveis”, como imagens. Já para o revisor, a formatação do texto influencia no número de páginas, então, haveria muitas variáveis a serem consideradas para se formatar a “página ideal”.

⇒ Leia também: Conheça algumas formas de orçar uma revisão de texto

Tamanhos comuns de lauda

Não existe no Brasil um tamanho que seja padrão para todas as atividades. A maioria das pessoas até mesmo desconhece do que se trata até ter de lidar com algum revisor de texto. Embora pareça uma medição em desuso, ainda é a forma mais utilizada pelos revisores, que a consideram uma forma justa de cobrar pelo trabalho.

Eis os tamanhos de laudas mais usados pelos revisores:

  • 1.250 caracteres – lauda recomendada pelo Sintra para tradução;*
  • 1.400 caracteres – lauda recomendada pelo Sindicato dos Jornalistas de São Paulo;
  • 1.800 caracteres – não encontrei uma fonte que assegurasse de onde vem a recomendação para o uso desse tamanho de lauda;
  • 2.100 caracteres – é a chamada “lauda literária”, usada geralmente por editoras.

*Embora exista essa recomendação do Sintra, muitos (talvez todos) tradutores cobram por seus serviços usando a palavra como unidade de medida.

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Como calcular o número de laudas do arquivo

É mais simples do que parece! No Microsoft Word 2007, nas versões posteriores e em outros editores de texto:

Confira o passo a passo do cálculo de laudas descrito no GIF:

1. No rodapé do programa, clique no botão "Palavras".

2. Confira o número de caracteres com espaços no arquivo.

3. Não se esqueça de marcar "Incluir caixas de texto, ...".

4. Abra a calculadora.

5. Divida o número obtido no passo 2 pelo número de caracteres da lauda utilizada.

6. Arredonde o resultado para cima ou para baixo. Esse é o número de laudas do seu documento.

Espero ter ajudado aos que tinham dúvidas sobre o assunto!

Para mais dicas sobre como ser revisor, visite nossa página de perguntas e respostas. 😉


Escrito porCarol Machado,
em23 de setembro de 2019.
Mestra em Ciências da Linguagem na Universidade Nova de Lisboa. Graduada em Letras pela PUCRS. Revisora desde 2008. É autora do Manual de Sobrevivência do Revisor Iniciante e coautora do Revisão de Textos Acadêmicos - boas práticas para revisoras, estudantes e a academia.
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