Quando a revisão de texto é questionada: o caso do livro A Dança dos Dragões
— Carol Machado,23 de setembro de 2019
Oitocentos e sessenta e quatro páginas das quais a revisão de texto foi feita em 2 dias. Dez páginas faltando na edição e um prejuízo de aproximadamente 1 milhão de reais. A Dança dos Dragões, de George R.R. Martin, foi pauta de diversas notícias e discussões durante a semana passada.
O que falar?
Primeiramente, segundo informações que chegaram a nós, o grande público, a tradução do livro levou cerca de 6 meses. A revisão de texto (correção gramatical, ortográfica, verificação de coesão, coerência, processos de emendas e reemendas no material diagramado) foi feita em 2 dias.
Agora, pensemos:
Se a revisão do texto foi feita em tão pouco tempo, como o material foi tratado? Foi distribuído entre diversos profissionais diferentes ou na realidade nem passou por revisão?
Nas duas hipóteses, parece que as empresas envolvidas assumiriam o risco do erro que acabou sendo cometido.
Que lição devemos tirar do ocorrido?
Após toda a repercussão do caso, o que fica é: as empresas do ramo editorial têm o dever de garantir qualidade máxima, tanto para os colaboradores quanto para os consumidores.
De nada adianta querer correr com uma publicação aguardada pelo público e não oferecer a qualidade e a integridade do produto. De nada adianta querer apressar os passos, envolvendo muitas pessoas que não têm tempo hábil para interagir em um trabalho que acaba sendo malfeito.
Vale, acima de tudo, a reflexão de como andam nossos processos de trabalho e o que temos feito em relação aos quesitos tempo X orçamento X qualidade.
Resta ao livro agora ser recolhido das prateleiras e aguardar a correção dos erros. Resta aos leitores esperar pelo que deveria ter sido feito corretamente desde o início.